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Just Real Mums - “Eu Me Protejo” – 10 Mitos sobre o Abuso Sexual Infantil

Atualizado: 24 de mai. de 2021

Trouxemos um texto incrível, que todos os pais precisam ler, com 10 mitos sobre a violência e abuso sexual infantil. Este é um assunto que não podemos mais ignorar.



Oi Mamães e papais! Hoje trouxemos um assunto importantíssimo com 10 mitos sobre a violência e o abuso sexual infantil para nos ajudar a entender um pouco mais como lidar com este assunto.

Com todas os recentes acontecimentos, não podemos mais fechar os olhos para este assunto, por mais doloroso que possam ser.

Recentemente compartilhamos uma cartilha chamada “Eu Me Protejo”, um projeto educativo para a prevenção da violência e do abuso sexual na infância.

Essa cartilha nos orienta e ajuda a conversar com os nossos filhos sobre esse assunto de forma simples e objetiva.

Abaixo, compartilhamos o download desse link, mas antes, entendam quais são os 10 mitos sobre a violência infantil, escritos pela Patricia Almeida, Coautora do Eu Me Protejo.

Violência na infância – Educar para prevenir

A gente vê as estatísticas de violência na infância crescerem a cada dia e ainda tem dificuldade para conversar sobre o assunto com as crianças.

A gente queria que nunca acontecesse com nossos filhos. Mas já pode até ter acontecido…

O abuso sexual na infância é uma realidade triste e alarmante, não uma ameaça distante. E entre crianças com deficiência, o risco ainda é maior.

Chega de adiar essa conversa!

O que você pode fazer pra enfrentar essa situação de frente?

Falar sobre o assunto!

Muitas crianças são abusadas sem nem saber o que está acontecendo.

Preparar nossos filhos para a vida inclui o ensinar sobre o próprio corpo, inclusive as partes íntimas, e que ninguém pode tocar nelas.

As crianças precisam saber reconhecer situações de risco e o que fazer, caso elas ocorram.

A gente não ensina os filhos a atravessar a rua?

Ninguém consegue estar ao lado dos filhos o tempo todo, por isso a gente deve preparar as próprias crianças para saberem se proteger. Isso vai ajudá-las inclusive para enfrentar outras formas de violência como o bullying.

Quando comecei a pesquisar para elaborar o conteúdo da cartilha “Eu Me Protejo”, descobri a promotora americana Jill Starishevsky.

A história dela é parecida com a minha: seu filho estava crescendo, procurou um material que a ajudasse a conversar com ele sobre o assunto, não encontrou e resolveu escrever o livro “My Body Belongs to Me” (Meu Corpo é Meu).

Com anos de experiência em casos de abuso sexual infantil em Nova York, ela conta que já ouviu inúmeros motivos alegados pelas famílias para não conversarem com as crianças para prevenir o abuso.

Todos são Mitos. E são muito parecidos com os que vemos aqui no Brasil.

A promotora desconstrói cada um desses Mitos com argumentos sólidos:

Mito 1. As crianças raramente são vítimas de abuso sexual.

De acordo com os Centros de Controle de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, 1 em cada 4 meninas e 1 em cada 6 meninos são vítimas de abuso sexual até os 18 anos.

Mito 2. Esse tipo de coisa não acontece onde moramos.

O abuso sexual infantil não tem limites socioeconômicos. Não importa se você é preto ou branco, rico ou pobre ou que religião prática. Pode acontecer quando você menos espera.

Mito 3. Não deixamos nossos filhos se aproximarem de estranhos.

93% de todo abuso sexual na infância é praticado por alguém conhecido, em quem os pais confiam.

Mesmo que uma criança nunca esteja perto de estranhos, ela poderá ser vítima de um vizinho, um treinador, um religioso ou um membro da família.

Os pais que ensinam que o único perigo são os estranhos estão prestando um desserviço ao filho.

Mito 4. Meu filho não tem idade para essa conversa.

A idade apropriada para começar a falar sobre a prevenção de abuso sexual na infância é quando a criança tem três anos de idade.

A conversa pode começar simplesmente com “Você sabia que as partes do seu corpo cobertas pelo biquini ou sunga são íntimas e ninguém mais pode ver ou tocar?”

Continue a conversa explicando à criança que ela deve contar a mamãe, papai ou à professora, se alguém tocar nessas partes íntimas. Deixe claro que há algumas exceções, como quando precisar de ajuda para se limpar e nas consultas médicas.

Mito 5. Não quero assustar meu filho.

Quando o assunto é abordado da forma apropriada, as crianças se sentem confiantes e não ficam assustadas.

Mito 6. Eu saberia se algo acontecesse com meu filho.

O abuso sexual na infância é difícil de detectar, porque frequentemente não há sinais físicos do abuso.

Os sinais emocionais e comportamentais que podem acompanhar o abuso sexual podem ser causados por uma série de outras razões.

Mito 7. Meu filho me diria se algo acontecesse com ele.

A maioria das crianças não conta imediatamente quando foram abusadas sexualmente.

Isso ocorre por uma série de motivos: porque acha que ninguém vai acreditar nela, que as pessoas podem achar que a culpa é dela, porque vai causar tristeza na família ou porque o agressor diz que deve guardar segredo.

Mito 8. Nunca deixamos nosso filho sozinho com adultos.

As crianças podem ser abusadas sexualmente por outras crianças.

As mesmas lições para ajudar a impedir que crianças sejam abusadas sexualmente por adultos podem protegê-las de outras crianças.

Ensine às crianças o que é apropriado e o que não é, ensine os nomes corretos das suas partes íntimas e com quem podem conversar se alguém tocá-las de uma maneira que fiquem desconfortáveis.

Mito 9. Eu não quero colocar pensamentos na cabeça dele.

Não há dados que indiquem que uma criança que foi educada para prevenção contra o abuso sexual na infância tem mais probabilidade de inventar que foi abusada sexualmente.

As crianças mentem, mas raramente sobre terem sido abusadas. Todos os seres humanos podem mentir, mas é difícil para as crianças mentirem sobre sexo.

Eles não podem mentir sobre algo que não têm conhecimento.

Mito 10. Isso não vai acontecer com meu filho.

As estatísticas revelam que o abuso sexual na infância é tão disseminado que pode acontecer com qualquer criança.

Esse é o motivo principal para agir. Precisamos parar de NEGAR que isso possa acontecer e reconhecer que existem maneiras de IMPEDIR que isso aconteça.

Se convenceu da necessidade de conversar sobre o assunto?

Não sabe por onde começar? Nós ajudamos você!

A cartilha Eu Me Protejo é gratuita, ilustrada, em linguagem simples e acessível (com áudio-descrição e Libras). Download aqui.

Foi elaborada por mais de 50 especialistas independentes e voluntários e testada e validada por crianças. No site também tem músicas, teatro de fantoche e outras dicas para conversar com as crianças.

O projeto recebeu o prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos das Crianças e Adolescentes em 2020.

Essas informações têm que estar em todas as casas, escolas, igrejas e devem ser ensinadas a todas as crianças.

A prevenção é a melhor forma de enfrentar a violência.


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